No sábado, 08, teve início, em Concórdia, o ciclo de curso de formação para os representantes de base do sindicato. Entre os assuntos abordados pelo professor e sindicalista Alzumir Rossari, que conduziu os trabalhados, esteve a história de luta dos trabalhadores brasileiros pela conquista de nossos direitos.
A história dos sindicatos começa no mesmo momento em que inicia a industrialização do país. Antes disso, temos um cenário de quase 400 séculos de escravidão, quando os direitos trabalhistas não existiam; os escravos não tinham direito nem sobre a própria vida. “Talvez tenhamos em nossa cabeça resquícios do pensamento escravista. Alguns setores ainda pensam o trabalhador e a trabalhadora como um objeto, como seres humanos desprovidos de direitos”, expressa Alzumir.
Os sindicatos passam a ser legalizados na década de 1930, com a criação do Ministério do Trabalho e Emprego e instituição de diversos direitos que usufruímos até hoje, como jornada de 8h, férias, descanso semanal remunerado, proteção ao trabalho do menor e da mulher e direito à sindicalização. Em 1943 é promulgada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho); o 13º salário é de 1963; o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) foi criado em 1966 e, em contrapartida, acabou-se com o direito à estabilidade no emprego após dez anos de trabalho. Nos anos 1990 é criado o seguro desemprego, a legislação sobre saúde do trabalhador e o fator previdenciário, que diminui o salário na hora da aposentadoria.
Desde o início da mobilização dos trabalhadores brasileiros até a conquista dos últimos direitos adquiridos foram cerca de cem anos de história. Alzumir destaca que nenhum direito vem de graça. “Não tem um direito, uma garantia que vem de graça, mas quando a pessoa entra na empresa ou instituição não tem noção de quem lutou por ela antes dela”, expôs, e acrescentou: “Não se conhece a história de luta, de conquista de retirada de direitos trabalhistas”.
O curso de formação teve como um dos objetivos justamente lembrar um pouco da história de luta da classe trabalhadora brasileira. “Na média, os trabalhadores brasileiros têm poucos direitos perto dos países desenvolvidos. Estamos engatinhando ainda”, comenta Alzumir. Isso nos leva a perceber também o quanto é importante continuar lutando pela garantia dos direitos já adquiridos e por novos direitos.