A América Latina acorda com outros ares. A vitória da direita, na Argentina, acende mais uma luz de advertência dos retrocessos crescentes e dos perigos que os mesmos trazem às conquistas dos trabalhadores e do povo.
Sob o discurso do combate à corrupção, de austeridade, modernização e avanços, o representante dos interesses de mercado conseguiu a vitória.
A mídia tradicional – assim como faz aqui no Brasil – retém informações, dá ênfase a determinados aspectos e ações, e consegue interferir diretamente na análise feita pelos telespectadores. Na Argentina, o presidente eleito teve uma mídia poderosa, aparato concentrado em sua vitória que ocultou suas contradições e minimizou o impacto das políticas econômicas por ele apresentadas e que aqui no Brasil já foram utilizadas na década de 90 – política neoliberal que implementa terceirizações, privatizações, retrocessos na educação e saúde, entrega do país aos interesses internacionais, reformas trabalhistas que acentua as desigualdades sociais.
Assim como vivenciamos no Brasil, a mídia argentina ocultará erros, projetará acertos e criará uma realidade midiática onde tudo será flores.
O que acontecerá de fato será grandes retrocessos para os trabalhadores e ao povo em geral com a retirada de direitos e imposição de reformas que, sem dúvida, farão retroceder os avanços obtidos na Argentina.
Reunir força para não permitir retrocessos no Brasil e estar ao lado dos que enxergavam e viviam as transformações na nação Argentina – que trabalhava para redução das desigualdades sociais, na superação dos traumas da ditadura militar que eliminou mais de 30 mil Argentinos, na ampliação dos direitos aos trabalhadores, na construção da democratização dos meios de comunicação, no respeito ao ser humano e na ampliação das relações internacionais, fortalecendo a unidade dos países da América Latina – é nosso papel fundamental.
A vitória de Mauricio Macri, na Argentina mesmo que apertada, certamente alimenta aqueles inconformados com a derrota que sofreram nas últimas eleições e amplia o desejo do poder, ainda que seja pelo golpe à democracia e ao processo legítimo de eleições diretas realizadas em 2014.
A Contee manifesta grande preocupação e conclama a categoria a ser firme no direito à liberdade, à democracia e contra qualquer golpe que possa inviabilizar o processo democrático que ainda estamos construindo em nosso país.
Fonte: Contee
Foto: Nahuel Padrevecchi/GCBA