Na manhã de hoje (24) o Sinproeste e os demais sindicatos do Estado participam da segunda rodada de negociação com o Sinepe (sindicato patronal), em Florianópolis. A discussão ficou em torno do reajuste salarial e a situação da economia nacional com perspectivas de retomada do crescimento em 2017.
Os sindicatos reivindicam o reajuste do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) a partir de primeiro de março, mas o Sinepe alega dificuldades e redução no número de matrículas nas escolas privadas. O sindicato patronal inicialmente propôs o reajuste no valor do INPC ao ensino médio, sendo pago em duas vezes.
Já para o ensino superior a proposta do Sinepe é pagar 80% do INPC em três vezes. A alegação é de maior dificuldade no ensino superior devido às ações do governo federal e o “calote do Fies”. Entretanto, sabemos que de 2010 a 2014 o governo federal investiu mais de R$ 14 bilhões nas instituições de ensino, por meio do Fies.
“Quando estava jorrando dinheiro, esse tema nunca veio para a mesa de negociação. Em 2015 o governo regulou a distribuição de recursos e agora o tema aparece como entrave para o reajuste salarial dos professores”, lembrou o delegado regional do Sinproeste em Chapecó, Sergio Scheffer.
Proposta final do encontro
Os sindicatos não aceitaram a proposta. Não aceitamos reajuste inferior ao INPC nem fracionar o pagamento. Além disso, os representantes dos trabalhadores querem debater o ganho real de 3%.
Diante disso, o Sinepe mudou a proposta para reajuste de 100% do INPC em parcela única para o ensino básico e também 100% do INPC para o ensino superior, mas pago em duas vezes.
Outra proposta do Sinepe é a reposição do valor integral do INPC ao ensino superior com a inclusão de cláusula de válvula de escape, ou seja, a universidade que alegar dificuldades em pagar os 100% da inflação não precisa efetuar o reajuste. Esta proposta foi refutada pelas sindicatos já na mesa de negociação.
Nova rodada de negociações ficou agendada para o dia 02 de março.
Reajuste das mensalidades
Segundo o levantamento realizado pelo Sinproeste, as principais universidades da nossa região já reajustaram as mensalidades. A Unoesc de Joaçaba aumentou a mensalidade do curso de Medicina em 11,78%, e os demais cursos em 10,78%. Na Unoesc de Xanxerê foi o reajuste foi de até 10,78%. Já na Unochapecó o reajuste das mensalidades foi de 10,6%, e na UnC, 11,5%.
Pauta
A pauta de reivindicações unificada foi entregue na semana passada (dia 17). O índice de reajuste proposto pelos sindicatos é a reposição integral no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado entre 31 de março de 2015 a 29 de fevereiro de 2016. O índice ainda não fechou, mas a prévia é que fique em torno de 10,68%, percentual que as universidades já estão aplicando nas mensalidades.
Além disso, os sindicatos reivindicam incremento de ganho real de 3% aos pisos do Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Técnicos.
Já para as Séries Iniciais e Fundamental I a reajuste solicitado é o equivalente ao piso nacional do magistério, que hoje é de R$ 2.175,00, ou seja, R$ 8,63 por hora aula. Isso representa um reajuste de 31% ao piso atual pago aos professores das redes particulares.
Fonte: Sinproeste