Um interessante artigo assinado pela jornalista Beth Koike e publicado no jornal Valor Econômico, em 23 de setembro, conta como os estados de Santa Catarina e Paraná se transformaram nos maiores berços do ensino a distância em seus primórdios, em meados dos anos 90.Segundo a reportagem, 50% dos alunos em cursos a distância no país estão matriculados em seis instituições que nasceram em um desses dois estados.
E a história começa na Universidade Federal de Santa Catarina, mais precisamente no curso de engenharia de produção. Em 1996, o departamento criou um programa de mestrado a distância para atender funcionários da Siemens. Graças ao sucesso da iniciativa e do aumento da demanda, houve um aporte considerável de recursos que levou à expansão do ensino a distância também em graduação de pedagogia e outras áreas.
No Paraná, a necessidade de formar professores em nível superior em pouco tempo levou o governo do estado, na gestão Jaime Lerner, a criar a Universidade Eletrônica do Paraná, com o modelo desenvolvido pela UFSC. O projeto acabou com a mudança de governo, mas conseguiu formar 4 mil professores.
Também na UFSC, a experiência também foi encerrada pela impossibilidade de adequação da Universidade ao crescimento da demanda, com qualidade.
E é com a saída do poder público que se cria espaço para o surgimento de instituições privadas, usando, inclusive, muitos profissionais que trabalham na Universidade. Desse modo, é possível dizer que o setor público acabou contribuindo tanto com o desenvolvimento da tecnologia como com a mão de obra de alta especialização.
De lá pra cá, muita coisa mudou. O mercado potencial estimulou a aquisição das empresas por grandes grupos de investimento que hoje controlam grande parte das instituições.
A reportagem Por que o Sul se tornou o berço do ensino a distância está disponível para os assinantes na página do Valor Econômico.
Fonte: SinpoSP