A ONU Mulheres lançou na última semana a pesquisa “Precisamos falar com os homens” cujos principais objetivos são: ampliar a discussão sobre questão de gênero no país, incentivar a participação masculina nesse debate e identificar como as mulheres percebem o papel dos homens na sua vida e na sociedade atual.
Para responder a pesquisa, mulheres e homens devem acessar este link. Os pesquisadores incentivam os participantes a compartilharem o questionário com pessoas que ainda não estão envolvidos com o tema.
Um dos produtos dessa pesquisa será um documentário sobre a questão de gênero que tem seu lançamento previsto ainda para 2016. O trabalho faz parte da campanha global “ElesPorElas (HeForShe)”.
Violência é tema de cartilha
Além da pesquisa, a ONU Mulheres lança nesta terça-feira (8), em Brasília, a cartilha “Vamos conversar?” que aborda o enfrentamento à violência contra as mulheres.
O evento faz parte da celebração do Dia Internacional da Mulher.
Mais trabalho e salário menor
A mulher trabalha cada vez mais que o homem, mas continuar a ganhar menos. É o que revela o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Os dados, apurados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), mostram que em 2014 a dupla jornada feminina passou a ter cinco horas a mais.
Em 2004 quando o levantamento começou a ser feito, as mulheres trabalhavam quatro horas a mais que os homens por semana. Neste cálculo é somada a ocupação remunerada e o trabalho feito dentro de casa.
No mesmo período, a jornada de trabalho masculina fora de casa caiu de 44 horas para 41h36 por semana. O tempo extra, no entanto, não foi revertido dentro de casa, pois a carga horária dedicada ao trabalho doméstico se manteve estável.
Para a mulher, a média de jornada de trabalho fora de casa foi de 35 horas e meia de 2004 a 2014. Dentro de casa, o tempo dedicado às tarefas domésticas pode chegar a 21h12 minutos, mais que o dobro da jornada dos homens, que permaneceu em 10 horas semanais. A diferença nos salários ainda persiste, e elas ganham 24% a menos.
Para a economista Marilane Teixeira, essa diferença existe porque os homens não reconhecem que as responsabilidades devem ser compartilhadas de forma igualitária. “A cultura enraizada naturaliza papéis sociais para homens e mulheres”, comentou.
Fonte: Contee, com informações do Portal da CTB, ONU Mulheres, Bancários Chapecó e Contraf