Neste início de semestre letivo, o Sinproeste deseja um bom recomeço de atividades aos docentes, técnicos e estudantes da Unochapecó.
O final de 2019 foi especialmente difícil para a comunidade acadêmica da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Ocorreram muitos desligamentos de funcionários (docentes e técnicos-administrativos), um episódio sem precedente na história da universidade.
Por esta razão, e ante a insuficiência das informações fornecidas acerca dos motivos dos desligamentos, direcionamos alguns questionamentos à Reitoria da Unochapecó.
Sobre a qualidade acadêmica:
A Unochapecó obteve conceito 5 na avaliação do MEC. Muitos cursos de graduação e de pós-graduação foram avaliados e tiveram desempenhos favoráveis. Um quadro docente consistente, qualificado e produtivo foi fator decisivo para essas avaliações. Agora a Universidade demite, sem justa causa, dezenas de docentes, em sua maioria doutores, com contratos de trabalho de tempo integral ou parcial, substituindo-os por professores emergenciais horistas de menor titulação. Como ficará a qualidade acadêmica?
Em alguns cursos de graduação as matrizes curriculares não estão sendo seguidas, havendo junções de turmas de diferentes períodos. Como dimensionar os prejuízos que serão suportados pelos estudantes afetados por essa medida?
Sobre democracia, transparência e eficiência na gestão:
Até a (re)eleição de 2019, a Reitoria não mencionou publicamente dificuldades financeiras. Ao contrário, a instituição era citada como exemplo de gestão entre as IES comunitárias do sistema ACAFE. Dispunha-se de uma reserva de mais de 48 milhões de reais oriunda da devolução de valores do Imposto de Renda que estavam depositados em juízo. Passadas as eleições, revela-se um déficit de milhões e a necessidade urgente de adequação orçamentária que justificaria, em tese, a demissão de parte do corpo docente e do quadro técnico. Por que esses dados foram ocultados? Qual é a real condição financeira da Unochapecó? Que medidas foram adotadas para evitar o colapso?
As demissões de docentes ocorridas nos últimos quatro anos apresentam um claro viés de expurgo ideológico. Atingiram, na grande maioria, pessoas “não alinhadas” à gestão. Como a Reitoria justifica, eticamente, essa seletividade?
Clamando por respostas a essas inquietações que afligem a comunidade acadêmica, o Sinproeste reitera seu compromisso com os trabalhadores da educação e mantém-se vigilante na defesa dos direitos.
Fonte: Sinproeste