Durante muitos séculos os trabalhadores foram escravos. No Brasil, a escravidão durou praticamente quatro séculos. Foi apenas no início da industrialização que os trabalhadores começaram a se organizar mutuamente. Em nosso país, o processo de industrialização iniciou no final do século XIX e início do XX. Foi o início da atividade sindical brasileira. Esse foi um dos temas abordado durante o curso de formação para representantes de base realizado em Xanxerê no último sábado, dia 15.
Segundo o sindicalista e professor Alzumir Rossari, no início do trabalho assalariado, que no Brasil surgiu após a Lei Áurea de 1888, quem mandava no trabalho era o patrão. Num período onde a noção de trabalho escravo era comum, também era comum o patrão estipular até castigos aos trabalhadores. Como a classe trabalhadora sofria muito, não existiam direitos, não havia preocupação com a saúde, às vezes não se tinha nem o que comer, os trabalhadores começaram a se organizar em sociedades de ajuda mútua, que colaboravam com quem necessitava de ajuda.
Entretanto, conta Alzumir, essas ajudas mútuas não estavam sendo suficientes. Os trabalhadores adoeciam muito cedo, as horas de trabalho eram intermináveis, entre outros problemas. Nasceram, então, as uniões sindicais, que tinham por objetivo reivindicar coisas como a redução da jornada de trabalho, que chegava a 16 horas por dia.
Após as uniões sindicais vieram os sindicatos. Porém, eram clandestinos. Nem os patrões nem o governo reconhecia as entidades de organização dos trabalhadores. A legalização veio apenas na década de 1930, no governo de Getúlio Vargas, com nítidos interesses de vincular os sindicatos ao governo para poder “vigiar” suas atividades.
Grande parte da luta sindical brasileira foi realizada pelos imigrantes europeus, trazidos ao Brasil para trabalhar nas fábricas que surgiam. Esse povo já possuía uma cultural sindical e de luta na Europa, onde a industrialização havia começado um século antes.
Hoje, podemos dizer que os sindicatos são o reflexo das pessoas que dirigem a entidade. Por isso é bom sempre conhecermos bem em quem vamos votar para dirigir o sindicato que nos representa. Alzumir também destaca que sindicato não é tudo igual. No entanto, os patrões tentam vender a ideia de que o sindicato é agitador, não faz boas coisas, mas sabemos que não é bem assim. Isso é apenas uma estratégia para afastar os trabalhadores de seus sindicatos, diminuindo o seu poder de luta. O sindicato é a única entidade que defende os trabalhadores e luta pela garantia de seus direitos.
É justamente esse o papel do sindicato: representar os interesses da categoria, lutar pela garantia dos direitos trabalhistas e conquistar novos direitos. Para que isso ocorra da melhor maneira possível, é fundamental a participação de todos os trabalhadores junto à entidade, indo às assembleias, reuniões, encontros, conhecendo a diretoria, conversando, dando sugestões e cobrando dos diretores sindicais a realização das ações decididas em assembleia.
Fonte: Sinproeste