Mais de 700 mil pessoas participaram da Jornada Nacional em Defesa da Democracia nesta quinta-feira (31) em diversas cidades brasileiras. Os atos foram organizados pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, com o objetivo de defender a democracia contra o golpe e de lutar por uma outra política econômica.
A maior manifestação aconteceu em Brasília (DF), com 200 mil participantes. O ato se concentrou em frente ao estádio Mané Garrincha e seguiu até o Congresso Nacional. Mais de 750 ônibus de todos os estados brasileiros foram à capital federal.
Em São Paulo o ato reuniu cerca de 60 mil pessoas na Praça da Sé, no Centro da cidade. Bandeiras foram hasteadas na praça, local simbólico por ter sido palco das lutas do movimento Diretas Já, que exigiu eleições presidenciais no Brasil entre 1983 e 1984.
Eles lembraram do regime militar que há 52 anos – no dia 31 de março de 1964 – se iniciava. “Em 1964, eu era bancário em Minas Gerais e posso dizer que o clima era bem parecido, este sentimento anticomunista, por exemplo”, disse Paulo Brota, 71, bancário aposentado. No entanto, ele diferencia os dois momentos por causa das grandes mobilizações de rua que acontecem atualmente contra o impeachment. “Isso eu já não vi na época. Com certeza, 2016 não é igual”, argumentou. “Se realmente haver um golpe, também haverá muita resistência”, completa sua esposa Arlete, 65, dona de casa.
Já no Rio, aproximadamente 50 mil manifestantes ocuparam o Largo da Carioca, na capital fluminense. O cantor Chico Buarque foi um dos artistas que participou do ato pela democracia no Rio. Junto aos milhares de manifestantes, ele cantou a música “Admirável Gado Novo”.
Além dos atos nacionais, brasileiros que moram em outras partes do mundo também se manifestam contra a tentativa de golpe em curso no Brasil. Já foram registrados atos em Bogotá (Colômbia), Paris (França), Munique (Alemanha), Copenhagen (Dinamarca), Coimbra (Portugal) e Barcelona (Espanha).
Fonte: Brasil de Fato
Fotos: Lidyane Ponciano