Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Infelizmente, não temos nada a comemorar. Em 2024, 3,7 milhões de mulheres sofreram violência dentro de suas próprias casas. Os dados são do Instituto de Pesquisa DataSenado.
Apesar da redução dos índices de violência em relação a 2023, os resultados acendem um alerta: a maioria das agressões ocorreu na presença de outras pessoas. Entre as vítimas de violência no último ano, 71% afirmaram que havia crianças presentes durante a agressão, das quais uma parcela significativa era de filhos e filhas das vítimas.
A pesquisa mostra ainda que a violência costuma ser recorrente. Quase 6 em cada 10 mulheres relatam que as agressões ocorrem há menos de seis meses, enquanto 21% afirmam conviver com episódios há mais de um ano.
Subnotificação persiste
O coordenador do Instituto de Pesquisa DataSenado, Marcos Ruben de Oliveira, destacou que, desde a primeira edição da pesquisa, há 20 anos, as entrevistadas são questionadas se já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar em algum momento de sua vida.
De 2023 para 2025, o percentual de entrevistadas que declararam ter sofrido violência doméstica ou familiar nos 12 meses anteriores caiu de 7% para 4%, o que representa 3,7 milhões de mulheres. Mas o estudo aponta discrepância entre a violência declarada e a vivenciada.
Embora muitas mulheres relatem situações como insultos, humilhações e ameaças, 33% vivenciaram ao menos uma das 13 formas de violência apresentadas na pesquisa, mas parte delas não se reconhece como vítima na pergunta direta.
O DataSenado ainda estimou que 17% das vítimas de agressão mais grave provocada por homem convivem com o agressor no momento da entrevista. O índice é mais elevado (19%) entre as mulheres fora da força de trabalho. As agressões costumam começar cedo: a maior parte das entrevistadas (38%) disse que foi agredida pela primeira vez até os 19 anos.
Fonte: Agência Senado








