O sindicato patronal enviou mais uma proposta para a reposição salarial dos professores das universidades, tentando mascarar que está repondo a integralidade da inflação de 10,8%. A proposta do Sinepe é pagar os 10,8% sobre o valor da hora/aula recebida em 2020, desconsiderando os percentuais pagos em 2021. Os sindicatos discutiram a proposta em reunião com a federação na manhã de ontem (18/04).
Vamos ver em um exemplo qual seria o resultado dessa proposta:
- Imaginemos um professor que ganhava, em 2020, a hora/aula de R$ 21,00;
- Esse professor recebeu 6,22% de reposição em 2021 e sua hora/aula passou a valer R$ 22,30;
- Pagando os 10,8% sobre o valor do ano passado, a hora/aula passaria para R$ 24,71;
- Porém, o Sinepe ‘esquece’ os 6,22% pagos em 2021, e propõe pagar 10,8% sobre a hora/aula de R$ 21,00, e o professor receberia apenas R$ 23,26;
- Perceba que nesse caso a reposição não é de 10,8%;
- A defasagem na hora/aula seria de R$ 1,45.
Vejamos a diferença no salário de um professor que atua 40h semanais:
- Com a hora/aula de R$ 24,71, o salário seria de R$ 5.189,10;
- Desconsiderando o reajuste de 2021, e ficando com a hora/aula de R$ 23,26, o salário desse mesmo professor ficaria R$ 4.884,60;
- A diferença é de R$ 304,50, que professor deixará de ganhar com essa proposta do Sinepe.
Ano passado algumas instituições pagaram 6,22%, outras 4% e outras os 10,47%. O Sinepe simplesmente desconsidera 2021 e volta pra hora/aula de 2020, tentando iludir que a reposição é de 10,8%.
“É uma proposta inaceitável para o ensino superior. E nem se comenta no que deixaram de pagar. Além de não pagar o que devem, essa proposta é uma falsa ilusão de reposição de 10,8% da inflação”, declara a presidente do Sinproeste, professora Juleide Almeida Corrêa.
Contraposta do sindicato
O Sinproeste apresentou uma contraproposta: pagar os 10,8% sobre o valor da hora/aula de março de 2021. Para o sindicato, esse é o mínimo de valorização para os professores, pois mesmo assim terá defasagem da parte do percentual não paga no ano passado.
Para os professores da educação infantil, fundamental 1 e 2 e ensino médio está acordado a reposição de 10,8%. O impasse se mantem no ensino superior.
Fonte: Sinproeste