Ontem (12/03) ocorreu a segunda rodada de negociação dos sindicatos de professores com o Sinepe (sindicato patronal), em Florianópolis. A contraproposta apresentada pelos patrões é de zero por cento de reajuste para o ensino superior. Para a educação básica, ofereceram o percentual da inflação, que fechou em 3,86% (INPC do período).
A presidente do Sinproeste, professora Juleide Almeida Corrêa, que esteve na negociação, acompanhada do assessor jurídico do sindicato, Erivelton Konfidera, expôs que o sindicato apresentou contra-argumentos. Ela citou os percentuais de aumento das mensalidades nas instituições de ensino no Oeste, o aumento do salário mínimo e o percentual aplicado no piso regional de Santa Catarina, que foi de 6%.
O sindicato patronal apresentou como justificativa o baixo número de matrículas nas escolas e universidades. “Não concordamos com o dado das baixas matrículas em nenhum segmento, conforme dados coletados na nossa região e o Censo”, destaca Juleide. Ela refere-se a um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de Santa Catarina, que aponta dado do Censo do Ensino Superior, cujo registro foi de 442.552 matrículas em 2022. Desse total, 86,4% (382.207) foram são matrículas na rede privada.
Ainda, o Sinproeste ressaltou a exaustão do professor devido à sobrecarga de trabalho, além da falta de professores e a migração para o ensino público, que paga o dobro. “Em função da baixa valorização financeira, as instituições financeiras estão comprometendo a qualidade do ensino. Temos alta rotatividade de professores e, inclusive, a falta de docentes”, coloca Juleide.
“Valorizar o professor repondo o percentual da inflação e com a aplicação de ganho real sobre os salários é uma necessidade indiscutível. Vamos continuar negociando na busca de melhores resultados para nossa categoria”, afirma a presidente do sindicato.
A próxima rodada de negociação está agendada para quarta-feira, dia 20/03.
Fonte: Sinproeste