Durante o dia de hoje estão ocorrendo atos em diversas cidades de Santa Catarina, especialmente contra a Reforma da Previdência. Em Chapecó, a manifestação iniciou às 9h, em frente à agência do INSS. À tarde, ocorreu caminhada pela cidade. Os diretores do Sinproeste participaram da mobilização.
Uma das principais pautas do ato refere-se à aprovação da reforma da Previdência, prevista para esse ano. Um dos principais pontos da reforma é o aumento da idade dos trabalhadores para solicitar a aposentadoria. No caso dos professores, a reforma retira a aposentadoria especial da categoria.
O ato também é uma forma de protesto contra a reforma trabalhista aprovada recentemente e que entra em vigor no dia 11 de novembro. “Na verdade, não se trata de uma reforma, mas de uma contrarreforma, de um desmonte nos direitos dos trabalhadores, adquiridos ao longo de muitos anos com muito suor e luta”, expôs o diretor do Sinproeste, delegado regional de Chapecó, Sergio Scheffer.
Ato também abordou a crise no leite
O manifesto de hoje também trouxe uma pauta da agricultura: a queda no preço do leite, que atinge fortemente os produtores da região. Para representar os baixos preços pagos aos produtores, os manifestantes jogaram leite no asfalto, no início o ato.
De acordo com o coordenador da Fetraf (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) em Santa Catarina, Alexandre Bergamin, o preço pago ao produtor de leite hoje varia entre R$ 0,48 e R$ 1,00. Em quatro meses, o preço do leite pago ao produtor teve queda entre 35 a 50 centavos.
O custo da produção varia: para sistemas mais tecnificados fica em torno de 1,05 a R$ 1,15 por litro; a faixa de agricultores com sistemas menos tecnificados têm custo entre 0,85 a 0,95 centavos por litro; e quem produz mais a base de pasto varia entre 0,40 a 0,60 centavos por litro. “Hoje, nesse mês em especial, a maioria dos agricultores estão trabalhando no prejuízo”, disse Alexandre.
Para o coordenador da Fetraf, os baixos preços praticados atualmente devem-se à crise econômica no país, o alto número de desempregados, que deixam de consumir, ao corte do governo no orçamento destinado ao incentivo e aquisição de produtos da agricultura e à importação de leite da Argentina e principalmente do Uruguai.
Amanhã os agricultores têm audiência com o Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Social e a Secretaria Especial da Agricultura, quando solicitarão o retorno de medidas de apoio do governo, linha de crédito específica e o corte nas importações de leite até o final do ano.
Fonte: Sinproeste