O professor, médico e doutor pela USP (Universidade São Paulo) Herval Pina Ribeiro está realizando um ciclo de seminários e oficinas em Chapecó, Concórdia, São Miguel do Oeste e Xanxerê. Promovido pelo Sinproeste, o evento é realizado em comemoração ao Dia do Trabalhador.
A programação iniciou ontem (27) em Chapecó e passa por Concórdia hoje (28), com oficina no Núcleo de Práticas Jurídicas da FUnC, das 14h às 17h, e seminário no Auditório da FACC Faculdades, às 19h30. Amanhã o seminário ocorrerá em São Miguel do Oeste e no sábado (30), em Xanxerê.
A conferência tem por tema “O Brasil em tempo de cólera, dengue, zika e a saúde do trabalhador”. Também haverá o lançamento do livro “De que adoecem e morrem os trabalhadores na era dos monopólios – 1980-2014”, escrito pelo professor Herval.
Para o professor Herval, é no modo de enxergar as relações de classe que se pode entender melhor as relações de trabalho, saúde e doença. Para ele, essas relações são mutáveis, por estarmos numa sociedade de classes “assentada no trabalho assalariados, subalterno e mutável”.
Herval lembra das mudanças tecnológicas ocorridas desde o final do século 19 e as consequências delas em nossas vidas e relações de trabalho. Ele analisa que as formas de adoecimento mudaram no decorrer dos anos porque a forma de produção mudou, as relações de negócios e ampliação dos mercados foi alterada. “A morbidade e a mortalidade na classe trabalhadora mudaram porque mudou a configuração do capitalismo em todo o mundo”, disse.
De acordo com o professor, no passado e no presente há violência nas relações de trabalho. “A violência oculta ou sutil da produção contemporânea e o autoritarismo que acompanhava a organização do trabalho de ontem e acompanha a de hoje não são fenômenos autóctones e circunstanciais, mas históricos, dialéticos, sociais, políticos e economicamente determinados, cujas marcas no corpo e na mente modernizaram-se e passaram a ser estados de saúde flexíveis de populações tornadas vulneráveis porque submetidas a relações de classe e trabalho demasiadamente assimétricas”, finaliza.
Fonte: Sinproeste