Na tarde de ontem (09/12) houve reunião dos representantes sindicais de base, com propósito de subsidiar e orientar o debate em torno da campanha salarial 2022 e sobre a nova proposta de reforma trabalhista e sindical. O encontro do Conselho dos Sindicatos que compõe a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), da qual o Sinproeste faz parte, foi online e reuniu entidades de todo o país.
O quadro econômico nacional, segundo exposição de José Silvestre, diretor adjunto do Dieese, é caótico e não deve melhorar em 2022. É sob esse quadro econômico, que sindicatos dos professores, técnicos-administrativos e auxiliares irão ingressar na campanha salarial.
A presidente do Sinproeste, professora Juleide Almeida Corrêa, lembra que mais de 50% das negociações no Brasil fecharam com percentual abaixo da inflação. “Em 2022 as negociações serão mais difíceis que esse ano, devido ao cenário que temos, com inflação aumentando, PIB praticamente estagnado, desemprego aumentado; mas também percebemos melhoras no ensino privado, com instituições retomando seus trabalhos presencialmente, outras com superávit financeiro e com perspectivas de iniciar o ano letivo presencialmente. Diante disso, vamos seguir firmes na luta pela defesa dos direitos já adquiridos e pela reposição salarial dos professores”, avalia Juleide.
PIB
Em 2020, o PIB caiu 4,1%. Segundo o Dieese, neste ano, o indicador é que a economia vai ter alta de 5,2%. Assim, o crescimento real vai ser um pífio 1,1%. E, em 2022, 1,5%, ainda segundo o Dieese.
Com a economia nesse ritmo, o crescimento econômico do País não deve permitir melhora significativa nos indicadores econômicos. Desse modo, a luta da categoria por melhores condições de trabalho e renda deverá ser impressa em ritmo acelerado e forte.
Do contrário, a perspectiva de êxito é nebulosa.
Gaet
O assessor jurídico da Confederação, Geraldo Santana, subsidiou o debate em torno da nova proposta do governo sobre reforma trabalhista e sindical apresentada pelo Gaet (Grupo de Altos Estudos do Trabalho), vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência, com exposição sucinta sobre o tema.
Em síntese, ele externou que a proposta do governo Bolsonaro desmonta o movimento sindical tal como é conhecido hoje.
Já há farta literatura crítica sobre a proposta do Gaet. Santana escreveu artigo sobre o tema — Mais perversidades contra os trabalhadores —, e o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) fez uma primeira abordagem — Nova Agenda Trabalhista pós-pandemia da covid-19 —, e vai fazer estudo mais detalhado sobre essa pauta.
Fonte: Sinproeste, com Carlos Pompe e Marcos Verlaine da Contee