A Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino — Contee e o Sindicato dos Professores de Itajaí e Região — Sinpro se solidarizam com a historiadora e professora do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Marlene de Fáveri, na luta contra a injustiça e perseguição que vem sofrendo. Marlene está sendo processada por dano moral movida por uma ex-orientanda do mestrado, depois que esta teve a orientação negada e, também, de ser reprovada em banca examinadora sob orientação de outro professor. Essa negativa deu-se depois de diversas manifestações públicas nas quais a aluna desqualifica as mulheres, menospreza a pesquisa de gênero e os estudos universitários e, ainda, se mostra sexista.
As diretorias da Contee e do Sinpro qualificam essa atitude como reacionária por seu intuito de querer calar as vozes acadêmicas que defendem os direitos humanos e a luta pelo empoderamento da mulher na vida social. Posturas dessa natureza ganham espaços numa sociedade com traços autoritários e em um país que vive em estado de exceção. O resultado desse processo traumático é embalado por mobilizações de rua que reivindicam, entre outras, a volta da ditadura militar, além de movimentos conservadores que defendem projetos como o Escola Sem Partido, que busca eliminar nas escolas o pensamento crítico e implantar o regime de “lei da mordaça” aos professores. Mas não para por aí.
A ex-aluna do programa de mestrado da Udesc, ao fazer apologia à violência, desqualificar a luta das mulheres e tentar reproduzir seus estereótipos no espaço acadêmico, não obteve os resultados esperados no projeto e ementas das linhas de pesquisas do curso. Ao desqualificar, inferiorizar, julgar, menosprezar aqueles que não se pautam pelo determinismo do sexo e pelo poder opressor de um gênero sobre o outro, ancorada em uma leitura pessoal da Bíblia, incorre, ainda, numa segunda violência simbólica: proferir ódio a todos que defendem a emancipação da mulher, assim como as liberdades de gênero e as ideias progressistas. Marlene está sendo perseguida pelo ódio descabido de uma personagem marcada pelo moralismo hipócrita que ganha repercussão em redes sociais da internet e em vídeos no YouTube.
Quando essas distorções sociais chegam às universidades, cuja pesquisa está ancorada num campo de conhecimento e de pressupostos teórico-metodológicos, vimos, então, bater à porta daqueles que querem impor a “lei da mordaça”. Tempos de exceção. Estado de exceção. Somos todos Marlene!
Fonte: Contee e Sinpro Itajaí e Região