Dos 119 reajustes com data-base em fevereiro analisados pelo Dieese, 60,5% ficaram abaixo da variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC do IBGE. Esse dado, somado à alta rotatividade, tem achatado os salários, explica a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional, Adriana Marcolino.
E com o fim da Política de Valorização do Salário Mínimo, criada pelo ex-presidente Lula e extinga pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), há três anos aposentados e pensionistas do INSS também não têm aumento real, que era garantido para os beneficiários que ganham até um salário mínimo.
Anualmente, o Sinproeste negocia a reposição e o reajuste salarial dos professores junto com os demais sindicatos do Estado. E todo ano enfrenta-se uma série de inúmeras reuniões para conquistarmos apenas a reposição salarial – que convenhamos, não é um benefício, mas um direito de todo trabalhador.
Esse ano novamente o sindicato patronal (Sinepe) se recusa a repor a integralidade da inflação a parte dos professores, que já vêm com seu salário achatado desde o início da pandemia.
35,3% ganham até 1 mínimo
Segundo uma pesquisa do Globo, de março de 2020 até dezembro do ano passado mais 6,5 milhões de trabalhadores engrossaram o grupo que ganha até um salário mínimo. O maior patamar de toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, que começou em 2012.
De acordo com o cruzamento feito pela LCA Consultores, atualmente, são 33,8 milhões com esses baixos salários, 35,3% dos ocupados. Em março de 2020, eram 29,2%.
Fonte: CUT, com edição de Sinproeste