De acordo com o Instituto de Estatísticas da Unesco, apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres. Nos campos científicos onde elas estão presentes, são sub-representadas nas decisões dos mais altos níveis da pesquisa científica.
Mesmo com o menor número atuante no setor, somente uma pessoa já recebeu por duas vezes o Prêmio Nobel na área científica, e era mulher: a polonesa Marie Curie (em 1903, física; em 1911, química). Entre 1901 e 2019, apenas 54 mulheres estão os 923 laureados, das quais 20 em física, química, fisiologia ou medicina.
Os desafios colocados à humanidade para atuar com ciência na natureza depende, e dependerá cada vez mais, do aproveitamento de todos os talentos e, portanto, da inclusão de mais mulheres nessa atividade. Mas são muitos os obstáculos para que meninas e mulheres desenvolvam o interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, prejudicando as próprias mulheres e o conjunto da sociedade. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as mulheres ganham um emprego na área das ciências para cada 20 pedidos, enquanto os homens ganham um a cada quatro.
Cenário brasileiro
No Brasil, dados recentes apontam que as mulheres são maioria até o pós-doutorado; no corpo docente, a participação da mulher é equilibrada entre os doutores e os livre-docentes e é minoritária entre os professores titulares. As mulheres coordenaram cerca de 40% de grandes projetos de pesquisas coletivas, mas os homens continuam com a hegemonia nos postos mais elevados das ciências.
Segundo um relatório de 2017 da editora científica Elsevier, entre os anos de 1995 e 2015, as mulheres passaram a assinar metade dos artigos científicos produzidos no país. Trata-se de um avanço considerável, uma vez que, de 1996 a 2000, eram responsáveis por 38% das publicações.
Com apenas duas ministras (a da Agricultura e a da Mulher) entre 22 pastas, o governo de Jair Bolsonaro tem um dos piores índices de participação feminina no Executivo entre todos os países do mundo, segundo a ONU. Na média, a taxa internacional é de 20,7% dos ministérios ocupados por mulheres. No Brasil, o índice é de apenas 9%. O Brasil está na 149ª colocação e apenas 39 países tem um desempenho abaixo do brasileiro.
Fonte: Por Carlos Pompe – Contee, com edição de Sinproeste