O governo Temer cortou o Programa Bolsa-Permanência, que desde 2013, quando foi criado, possibilitou o acesso de quase 18 mil estudantes indígenas e quilombolas a universidades federais. Lideranças indígenas calculam que mais de 2,5 mil universitários estão sendo prejudicados com a medida e, até o final do ano, o número pode saltar para cinco mil. As informações são da edição do sábado (9) do Seu Jornal, da TVT.
Em apenas três anos o programa de permanência foi responsável pelo entrada de mais de 10 mil estudantes indígenas e quilombolas no ensino superior público. A bolsa, no valor de R$ 900 reais mensais, custeia gastos com material didático, transporte, alimentação, entre outras despesas. De acordo com a pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo, Talita Lazani Dal Bo, o programa representa também a possibilidade de sobrevivência dos universitários indígenas e quilombolas até que concluam a graduação.
Diante do anúncio do novo retrocesso imposto pelo governo Temer, o futuro do estudante de biomedicina na Universidade Federal do Paraná, Amanda Nhandeva, parece incerto. Aluna do primeiro semestre, ela diz que não sabe se poderá continuar seus estudos: “isso acaba nos preocupando, porque hoje eu sei que estou aqui. Porém, no mês que vem eu já não tenho essa certeza”.
Ainda assim, Nhandeva afirma que acredita na resistência do movimento indígena para frear políticas do atraso. “Eu continuo acreditando que a gente vai para cima, que tem muitas pessoas a fim de discutir e de fato ajudar a melhorar esse assunto, que tem sido tão polêmico pra nós”, reforça a estudante.
Fonte: Rede Brasil Atual