Nesta sexta, 23, aconteceu a segunda rodada de negociação com o Sinepe – sindicato patronal que representa as instituições de ensino de SC. Na mesa, eles apresentaram uma contraproposta à pauta dos sindicatos dos professores, implementando todos as novas regras aprovadas pela reforma trabalhista, ou seja, acaba com todos os direitos dos professores e com as garantias adquiridas nas Convenções Coletivas de Trabalho anteriores. A proposta do sindicato patronal também é de não dar reajuste salarial – nem sequer a reposição da inflação!
Os professores da educação privada têm o Sinproeste como representante para assegurar os direitos da categoria em face à sua atuação profissional. É da competência do sindicato representar os trabalhadores no processo de negociação referente à data base a o reajuste salarial perante o sindicato patronal.
Nós não vamos aceitar a retirada de direitos dos professores!
Veja a proposta do Sinepe e avalie suas consequências:
- A contratação de professores terceirizados. Uma das grandes maldades da reforma trabalhista. Estudos apontam que trabalhadores terceirizados ganham em média 30% a menos que pessoas contratadas diretamente pela empresa. O Sinproeste é contrário a contratação de professores terceirizados, colocou esse item na pauta de negociações e fará de tudo para não deixar que esse ponto passe.
- Contratação em regime de contrato intermitente. É o que estamos chamando de legalização do bico. O contrato intermitente permite à instituição de ensino contratar o professor e apenas chama-lo para o trabalho quando sobrar alguma aula, e o professor receberá apenas pela hora trabalhada. Nas horas/dias não trabalhados o professor fica à disposição da empresa, mas sem receber por isso. O Sinproeste também é extremamente contra essa modalidade de contratação.
- Contratação em regime de teletrabalho. O trabalho realizado de casa pode parecer interessante num primeiro momento. Mas você estará utilizando toda a sua estrutura de equipamentos e instrumentos de trabalho particular, sem receber por isso.
- Intervalo intrajornada de 30 minutos para jornadas superiores a 6h. Ou seja, a diminuição do horário de almoço para 30 minutos. Se um professor trabalha numa instituição pela manhã e na outra à tarde, não vai nem ter tempo de sair de um local e chegar ao outro. O Sinproeste é totalmente contra.
- Fim do recesso escolar e férias de 30 dias, podendo ser parceladas em três vezes. Somos contra essa proposta e faremos de tudo para que não entre na Convenção Coletiva de Trabalho.
- A não necessidade de fazer as homologações no sindicato, podendo fazê-la na escola. Isso impende que o professor tenha acompanhamento no sindicato com diretores e/ou funcionários e com assessoria jurídica a disposição visando garantir o pagamento correto de todos os direitos do trabalhador. Também lutaremos para que as rescisões continuem ocorrendo no sindicato,
- Diminuição drástica dos representantes de base. Com isso, os professores ficam menos assistido pelo sindicato, que terá menos acesso aos locais de trabalho, podendo precarizar ainda mais as condições e o ambiente de trabalho.
Nossa luta esse ano será grande! Não estamos negociando apenas o reajuste salarial com ganho real e a manutenção das demais cláusulas, como acontecia anteriormente. Estamos lutando contra a precarização e desvalorização geral do trabalho do professor.
Para o presidente do Sinproeste, Milton Amador, a guerra está declarada. “Não vamos de jeito nenhum aceitar essa proposta do Sinepe. É vergonhosa a falta de respeito com os profissionais de educação. Isso representa a total desvalorização dos professores, com a supressão dos seus direitos e a visão empresarial de alguns donos de escola que parecem não visar a qualidade da educação que eles mesmo ofertam aos pais de seus alunos, pois ao afetar as condições de trabalho do professor, a qualidade o ensino fica automaticamente prejudicada também”, expressa Milton.
A próxima reunião de negociação está marcada para o dia 06/03, às 14h, em Florianópolis.
Faça parte da luta pelos seus direitos. Associe-se e fortaleça o seu sindicato! É fortalecendo o Sinproeste que juntos teremos força para fazer frente à essa empreitada contra os direitos do professor!
Fonte: Sinproeste