O Sinproeste se solidariza com a professora de Língua Portuguesa e Literatura Marcia Friggi, agredida por um aluno de 15 anos no Ceja (Centro de Educação de Jovens e Adultos), em Indaial (SC), na manhã desta segunda-feira, 21 de agosto. Como educadores, repudiamos imensamente qualquer forma de agressão aos professores, assim como a todos os trabalhadores, no exercício de sua profissão ou no convívio social e familiar.
A professora Marcia relatou, em seu perfil no Facebook, que a agressão ocorreu após a cobrança para que o aluno colocasse o livro sobre a mesa. Ela relata que gostaria que ele se concentrasse mais na aula. O adolescente agrediu a professora verbalmente e jogou o livro em sua direção. Diante do fato, a professora pediu para que ele se retirasse da sala de aula. Em seguida, na sala da direção, o aluno agrediu a professora fisicamente, com socos na cabeça, acusando-a de mentir sobre o ocorrido.
O post na rede social da professora gerou milhares de comentários, tanto de apoio como críticas devido à posição política manifestada por Marcia em outras ocasiões. Alguns comentários levam a entender que, devido às manifestações políticas da professora, ela “mereceu” ter sido agredida. Em reportagens sobre o fato, em diversos sites jornalísticos, também há comentários dizendo que ela “colheu o que plantou” e, alguns, desejando até a sua morte!
Lembramos que o artigo 5º da nossa Constituição Federal, em seu inciso IV, assegura a livre manifestação do pensamento, e o inciso V assegura o direito de resposta e indenização.
Independente das posições políticas da professora, ressaltamos que ela estava apenas fazendo o que a Constituição brasileira preconiza – manifestar-se livremente. Essas manifestações ocorriam em atos públicos ou em sua rede social, não em sala de aula. Nada justifica a agressão à professora Marcia Friggi. Não se pode justificar um caso de violência e desrespeito em sala de aula por uma posição política.
O Sinproeste também repudia qualquer forma de intolerância política, religiosa ou moral. Todos são livres para manifestar seu pensamento, mas não resolveremos um caso de agressão com outras agressões. A professora estava exercendo sua profissão e apenas solicitou ao aluno que participasse da aula assim como os demais estudantes.
Não podemos nos calar diante da agressão a um professor. Não podemos nos calar diante do descaso do Estado brasileiro com a educação do país. Nos solidarizamos com a professora Marcia Friggi, nos colocamos em seu lugar e reforçamos nossa luta em defesa da educação e dos professores, por mais dignidade, respeito e valorização.
SINPROESTE