Os estudantes ocuparam as escolas, os artistas salas do Ministério da Cultura, trabalhadores e trabalhadoras rurais a sede do Ministério do Desenvolvimento Agrário, agora professores e professoras do Brasil inteiro ocupam e paralisam as atividades do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, nesta quarta-feira (29).
Cerca de mil docentes protestaram contra os ataques que a educação vem sofrendo por esse governo. A manifestação culminou com a ocupação da sede do MEC por mais de 100 trabalhadores e trabalhadoras que exigem a saída do ministro José Mendonça Bezerra Filho.
“Nosso objetivo é impedir que o MEC continue a ser desqualificado por pessoas que não têm nenhum compromisso com o país, com o nosso povo e muito menos ainda com uma educação pública de qualidade e voltada para a liberdade”, reforça.
Já o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, argumenta que o “trancaço” e a ocupação do MEC ocorrem para “defender a democracia” no país e nas escolas. Para ele, os projetos do governo interino inviabilizam “totalmente o Plano Nacional de Educação (PNE)” e, com isso, “não teremos mais condições de ampliar o número de vagas para as crianças de 0 a 6 anos”.
Além disso, reforça Leão, os profissionais da educação ficarão ainda mais desvalorizados. “O salário médio de um professor hoje é 53% menor do que o salário médio de um profissional de outra categoria” do mesmo nível.
Remi Castioni, secretário de Educação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Distrito Federal (CTB-DF), lembra ainda que o ato serve para “comemorar os 2 anos de aprovação do PNE, convocado por quase a totalidade das entidades sindicais de professores que militam a favor da educação como área estratégica de desenvolvimento”.
Isis Tavares, presidenta da CTB-AM e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), diz ainda que “sem valorização profissional e estrutural da educação não existe nação que resista à opressão”.
“Espero que esta atividade se torne permanente para defender as pautas do país e da educação no Congresso Nacional, pressionando os parlamentares a votarem contra esse (des)ajuste fiscal que liquida nossos direitos”, diz Castioni. Leão lembra também que o protesto é “contra a ‘lei da mordaça’, que inviabiliza qualquer discussão democrática nas escolas”. Ele diz que já ocorrem punições a profissionais em escolas.
A professora Isis sintetiza o ato afirmando que “os trabalhadores e trabalhadoras em educação estão aqui para fazer o seu dever de casa, que é a luta por uma sociedade melhor”. Segundo ela, o dever está sendo bem feito. “Estamos lutando pelo direito dos nossos filhos e filhas terem uma educação voltada para a cidadania”.
Fonte: Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy e Ruth de Souza, de Brasília, com edição de Sinproeste