Na manhã de hoje (16) o vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nivaldo Santana, esteve em Chapecó, momento em que conversou com os dirigentes dos sindicatos filiados ou próximos à central. A conversa girou em torno do momento político e econômico do país, a atuação dos sindicatos e os direitos trabalhistas. O encontro foi realizado na Sala Democrática do Sindicato dos Bancários, das 10h às 12h. Do Sinproeste, participaram o delegado regional de Chapecó, Sergio Scheffer, e Cauê P. Deffaveri.
Nivaldo ressalta que o Brasil vive um grande impasse político, mas que não é a primeira vez que isso ocorre. Impasse semelhante aconteceu em 1954 e, infelizmente, teve como desfecho o suicídio de Getúlio Vargas. “O suicídio do então presidente conseguiu impedir por alguns anos o golpe das forças de direita, que tinham como principal bandeira a campanha contra a corrupção”, lembra ele.
“A bandeira dos partidos de direita sempre é o combate à corrupção, pois eles não podem apresentar seu real programa de governo, que não seria aceito pela sociedade, como a privatização das empresas estatais, o arrocho salarial e a terceirização”, diz Nivaldo.
O dirigente da CTB expressa que o que está ocorrendo hoje é a negação da política e dos partidos políticos, “e isso representa o fim da democracia”. Hoje um juiz tem mais poder que a presidente da República! “Se não tivermos uma solução política para a situação o fascismo poderá se instalar com força no Brasil, o que representará um retrocesso muito grande tanto em relação à democracia quanto em direitos trabalhistas”, acentuou. “Uma derrota política agora pode representar 20 anos de retrocesso”, complementa.
Repactuação
Nivaldo avalia que o governo necessita de uma repactuação, mantendo Dilma Rousseff na presidência. Durante o encontro, foi anunciado que o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, aceitou o convite de Dilma para assumir a Casa Civil, o que, inclusive, estava sendo discutido pelos sindicalistas.
Para o dirigente da CTB, a entrada de Lula no Governo fortalece, mas não é o suficiente. “É preciso unificar a base do governo”, expôs.
Orientação
A CTB dá três orientações centrais aos dirigentes sindicais e trabalhadores. A primeira é a defesa da democracia e contra o golpe. “Nesse momento é mais importante a defesa da democracia do que as nossas reivindicações trabalhistas, porque se o governo cai, toda a nossa pauta trabalhista cai junto”, analisa.
A segunda é a defesa da retomada do crescimento econômico do país com geração de emprego. O último ponto é a luta em defesa dos direitos trabalhistas.
A CTB
Fundada em 2007, a CTB é a terceira maior central sindical do Brasil, com cerca de um mil sindicatos filiados, com uma base de representação que engloba em torno de oito milhões de trabalhadores do campo e da cidade. Segundo Nivaldo, Chapecó é uma das principais bases de Santa Catarina. Com a recente vitória dos trabalhadores no Sindicato dos Metalúrgicos ele acredita que Chapecó se consolidará como um importante centro de política sindical.